quarta-feira, 16 de junho de 2021

Só imagens podem explicar

    Por vezes pego-me pensando se foi uma boa ideia nosso trato com a verdade. Porque do meu ponto de vista até o mínimo dela parece demais. Ainda mais para essa autora aqui, que não sabe ser delicada com as palavras.

    Acho um absurdo o número de vezes que ando postando e se eu precisasse jurar(o que, certamente, não preciso, pois cada palavra é verdade e não preciso de nada para firmar isso somente a verdade) diria que me pego apenas querendo jogar tudo aqui de qualquer maneira e justificar com um simples "é matriz-negativo, você não consegue ver?". Infelizmente minhas "joganças" não ficam tão belas como as de Otto e Claudia; e certamente elas não chegam a ser tão surreais como as retratações de Pierre. 

    Caso não tenha entendido minhas metáforas, Leitor, vou ser generosa em dar-lhe um resumo. 

    Pierre Edouard Leopold Verger, importante fotógrafo, escritor e antropólogo, nasceu em Paris, dia 4 de novembro de 1902, filho de uma abastada família de origem belga e alemã, ele não se amolda às convenções sociais nem cumpre as expectativas de sua classe social. Ora, ora parece que sou mais parecida com ele do que só o anteriormente citado. Suas primeiras imagens sofrem forte influência do surrealismo, o artista procura figurações inusitadas em objetos comuns. A fotografia em preto e branco era sua especialidade.  Realizou um trabalho fotográfico de grande importância, baseado no cotidiano e nas culturas populares dos cinco continentes, em lugares distantes de sua realidade cultural - preferia a companhia do povo e dos lugares mais simples, interessado em modos de vida completamente diferentes de sua origem e retratando o homem em seu contexto de uma nova maneira. 


    Claudia Andujar nasceu na Suíça, em 1931, e em seguida mudou-se para Oradea, na fronteira entre a Romênia e a Hungria, onde vivia sua família paterna, de origem judaica. Em 1955, veio ao Brasil para reencontrar a mãe, e decidiu estabelecer-se no país, onde deu início à carreira de fotógrafa. Sem falar português, Claudia transformou a fotografia em instrumento de trabalho e de contato com o país. No Brasil, se dedicou à fotografia que retratava a cultura indígena. Ela possui o foco na fotografia documentária e social, atraindo a atenção do espectador principalmente para os olhares e gestos para os índios. Os retratos são geralmente realizados contra fundo neutro, incidindo sobre eles a luz, como granulação dourada.



    Otto Steinert(fotógrafo alemão) nasceu em 1915, em Sarbruque, e morreu em 1978, em Essen. Em 1951 organizou a primeira de três exposições sob o título de "Subjektive Fotografie" (fotografia subjetiva), que explorava as potencialidades criativas e técnicas da fotografia, tal como as longas exposições, as imagens desfocadas. Steinert encarava a fotografia como uma autorreflexão criativa, em que a realidade apresentada perde o seu significado original e se transforma numa forma metafórica. Expandindo os experimentos formais realizados no movimento New Vision das décadas de 1920 e 1930, os meios fotográficos preferidos de Steinert eram fotogramas, redução rigorosa em preto e branco, recorte estrito, exposições de tempo, inversão de valores tonais e exposições múltiplas realizadas no escuro sala.


    Talvez eu seja uma pupila não oficial desses fotógrafos, Leitor. A semelhança é assombrosa. Na verdade já me pergunto se sou o fotógrafo ou a fotografia, ou até os dois se completando. Pelo lado do criador me sinto deslocado tentando mostrar um jeito de me comunicar com o mundo. Mas pelo lado da criação me sinto abstrata, sem realmente saber se quero ser representada e por vezes melancólica e de difícil interpretação.  

~BMferreira

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